Recuperação da vida marinha no Nordeste marca aniversário de sete anos da Fundação Toyota do Brasil

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31.03.16

Neste 1º de abril, a Fundação Toyota do Brasil comemora sete anos de atividades com uma grande conquista. O nascimento do primeiro filhote de peixe-boi marinho no Rio Tatuamunha, em Alagoas, foi anunciado pelo Programa Peixe-boi do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que conta com o apoio da Fundação Toyota do Brasil por meio do projeto Toyota APA Costa dos Corais, desde 2011. O novo peixe-boi é filha de Aira, fêmea reintroduzida em 2009, pelo programa.

“O Projeto Peixe-Boi existe em Alagoas desde 1992. A primeira soltura no Rio Tatuamunha aconteceu em 2008. Esse nascimento é um indicativo de que estamos no caminho certo”, comemora Iran Normande, analista ambiental responsável pelo Programa Peixe-boi na APA Costa dos Corais.

O Toyota  APA Costa dos Corais protege recifes de corais, conserva as áreas de manguezais e o habitat do peixe-boi marinho, um dos mamíferos aquáticos mais ameaçados de extinção, além de promover a formação consciente de cidadãos e a capacitação de profissionais na Área de Proteção Ambiental (APA) Costa dos Corais, que abrange três municípios em Pernambuco e 10 em Alagoas.

Desde 1994, mais de 40 peixes-boi foram resgatados de encalhes e devolvidos à natureza pelo Programa Peixe-boi. A ação contribuiu para que a espécie deixasse de constar na categoria “Criticamente em Perigo”, sendo listada na categoria “Em Perigo” da Lista de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção em 2014. Atualmente, especialistas contabilizam até 1000 peixes-boi entre Alagoas e o Amapá. Antes eram apenas 500 estimados. Historicamente, distribuídos ao longo do litoral do Espirito Santo até o Amapá, a população do peixe-boi foi diminuindo principalmente devido à caça. Sua baixa taxa reprodutiva também dificulta o repovoamento.

“Hoje a ameaça não é muito mais a caça, mas a perda do habitat, especialmente os manguezais que estão sendo depredados para criação de camarões em cativeiro. Como todo mamífero a gestação do peixe-boi é demorada. São em média 13 meses de gestação e mais dois anos amamentando. Eles só atingem a maturidade sexual aos seis anos e podem viver até 60”, esclarece Iran Normande, analista ambiental responsável pelo Programa Peixe-boi na APA Costa dos Corais.

Com o apoio da Fundação Toyota do Brasil, apenas em 2015, mais quatro peixes-boi foram reintroduzidos em seu habitat natural depois de passarem por adaptação no recinto localizado no Rio Tatuamunha, em Alagoas.  Recentemente, um novo recinto em habitat natural também foi construído, dessa vez, para abrigar os indivíduos inaptos à soltura e que poderão servir de sensibilização aos turistas. É importante ressaltar que todos os animais são colocados em ambiente natural para que possam se acostumar com o seu habitat antes da soltura. Porém, alguns animais, após algumas tentativas de reintrodução, rejeitam o convívio em ambiente aberto, apresentando perda de peso, ferimentos e se tornando presas fáceis. Por isso, alguns retornam para os recintos.

Curiosidades do peixe-boi marinho

  • São mamíferos herbívoros, alimentando-se de 8% a 13% de seu peso de plantas como o capim-agulha e folhas de mangue;
  • Podem atingir 600 quilos e medir até quatro metros;
  • A população diminuiu drasticamente principalmente devido a caça;
  • A reprodução da espécie gira em torno de 12 a 14 meses, levando dois anos para se reproduzir novamente;
  • O animal pode ficar até cinco minutos em baixo da água sem respirar. Se estiver em repouso, o animal pode permanecer até 20 minutos submerso.

Zonas de Preservação da Vida Marinha

Outros expressivos resultados já obtidos estão em Tamandaré, em Pernambuco, na chamada Zona de Preservação da Vida Marinha (ZPVM), área de proteção onde não é permitida nenhuma atividade humana com exceção de pesquisas cientificas. A área está fechada há 16 anos e é coordenada pelo Instituto Recifes Costeiros (IRCOS), entidade que registrou aumento das espécies que vivem na região, demonstrando o sucesso no processo de fechamento de área para a conservação marinha e a importância de um monitoramento a longo prazo.

Como exemplo, após o fechamento da área, especialistas identificaram um local conhecido como Poço do Mero, onde exemplares desse animal (Epinephelus itajara), que é ameaçado de extinção, começou a ser avistado após a criação da ZPVM. Apesar da conquista o trabalho de conscientização com moradores da região não foi fácil. Mauro Maida, oceanógrafo e professor da Universidade Federal de Pernambuco, explica que houve muita resistência por parte dos pescadores, já que a iniciativa restringe a segunda maior atividade econômica na área delimitada.

“No início muitos pescadores reclamaram, mas hoje são favoráveis. Perceberam que com a moratória os peixes maiores e crustáceos aos poucos voltaram a colonizar a área e passaram a frequentar as regiões adjacentes à ZPVM”, explica Maida, conselheiro do Ircos.

Em 2015, mais duas ZPVMs foram fechadas nos mesmos moldes de Tamandaré a fim de aumentar a população marinha em Japaratinga e Maragogi, em Alagoas.

Livro Toyota APA Costa dos Corais

Em comemoração ao sétimo aniversário da Fundação Toyota, a montadora, mantenedora da entidade, lançou na última semana, o livro Toyota APA Costa dos Corais. O ensaio fotográfico com mais de 80 imagens do renomado fotógrafo de natureza Araquém Alcântara registram uma das regiões mais belas do Brasil, o cotidiano dos moradores da região bem como suas atividades profissionais e o árduo trabalho dos parceiros que fazem do projeto socioambiental uma referência em modelo de preservação também são destaques da publicação.

A obra, que conta também com a participação dos fotógrafos Wagner Malagrine e Wander Roberto, é incentivada pela Lei Rouanet de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura. Mais de 30% de toda a impressão do exemplar será distribuída gratuitamente à unidades de ensino público e centros educativos a fim de oferecer acessibilidade ao conteúdo  e contribuir para a democratização do acesso à cultura.

A referência de preservação do projeto Arara Azul

Desenvolvido no Pantanal sul-mato-grossense, o projeto Arara Azul monitora aves que vivem em 713 ninhos, espalhados por 57 fazendas da região com apoio logístico da Fundação Toyota do Brasil, por meio de picapes Hilux 4×4, que chegam a áreas de difícil acesso, ampliando o monitoramento de ninhos do projeto. Os resultados positivos têm fortalecido o projeto. Em 2013, a Fundação Toyota financiou a construção do Centro de Sustentabilidade do Instituto Arara Azul, em Campo Grande (MS). No fim da década de 1980, a arara-azul chegou a somar apenas 1.500 indivíduos. Hoje, estima-se mais de 5.000 aves no Pantanal. E no recente estudo realizado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), a espécie saiu da lista brasileira de animais ameaçados de extinção depois de três décadas.

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